Exposição homenageia e retrata a vida do querido Padre Jorge
Neste mês de agosto de 2017, são completos três anos que nosso querido Padre Jorge foi para a morada do Pai. E como homenagear este homem, que foi não somente um pároco mas, sobretudo, um grande amigo? A Pastoral de Preservação e Memória preparou, com muito carinho, uma exposição para conhecermos um pouquinho de sua vida. Esta exposição está sendo realizada em nossa Paróquia de Santa Teresinha e conta com objetos pessoais a partir dos quais podemos recordar este pároco que viveu conosco durante 14 anos. Inicialmente, a exposição duraria apenas o fim de semana dos dias 19 e 20 de agosto. Porém, devido ao seu sucesso, ela se estendeu em mais um fim de semana, nos dias 26 e 27 de agosto.
Havia fotos da Primeira Comunhão feita em 1948, com seus familiares na Polônia, com sua sobrinha que era freira; algumas durante sua convivência com os índios de Xikrin e outras onde podíamos ver a sua paixão pela pesca, sua lancha. Havia também seus registros das aulas práticas de voo, pois o Padre Jorge tinha brevê (um documento que dá ao seu titular a permissão para pilotar aviões).
Foram expostos também objetos trazidos de sua terra natal. Dentre eles, um lindo quadro em tapeçaria de "Nossa Senhora de Czestochowa" e um cálice com patena oferecidos pelos irmãos Pedro, Lídia e familiares da Polônia.
E as curiosidades não param por aí:
- Mensagens e poesias escritas em próprio punho;
- CDs gravados pelo Padre Jorge que, apesar da idade, mostrava-se uma pessoa conectada na era digital, enviando a seus amigos muitos e-mails, fotos, receitas e vídeos;
- Padre Jorge também era amante da fotografia e, com aquelas que ele mais gostava, mandava fazer pratinhos decorativos para presentear seus amigos;
- Para os amantes do futebol, havia exposto o seu chapelão com o escudo do São Paulo Futebol Clube.
E não poderíamos deixar de relembrar algumas de suas frases: "Xovem, shiu!" (pedindo silêncio aos jovens), "Massa grossa, massa fina" (referindo-se à maquiagem das madrinhas dos casamentos), "Vale a pena, vale a pena!" (quando algo era muito bom e não devíamos perder a oportunidade).
Um belo ensinamento do Padre Jorge era o amor à pátria. Ele achava um absurdo que os brasileiros não tivessem uma bandeira em casa e, por isso, mandou fazer um pequeno porta-bandeira com as bandeiras da cidade de Santo André, do estado de São Paulo e do Brasil e daria de presente aos seus amigos, mas poucos chegaram a receber.
Falando de sua vida sacerdotal, foi exposta uma linda casula branca, com a estola azul clara, ambas com bordados prateados, as quais ele usava em missas solenes ou em procissões.
Foram apresentadas as placas em homenagem aos quarenta anos de sacerdócio e de seu Jubileu de Ouro pelos cinquenta anos de vida sacerdotal, que foram completos em 11 de Junho de 2014. Infelizmente, nem todas as homenagens foram feitas a tempo. Em outubro de 2014, houve uma missa em memória ao Padre Jorge com a Orquestra Sinfônica de Santo André na própria Paróquia de Santa Teresinha.
Não há como descrever todos os ensinamentos deixados pelo Padre Jorge e, por meio desta homenagem, devemos sempre levar conosco a linda mensagem colocada na foto que estava na entrada da igreja durante a exposição:
"A melhor forma de lembrar de quem amamos é guardando o seu riso na memória do coração!"
Seus paroquianos o agradecem por tudo, Padre Jorge!
Breve biografia
Jorge (Jerzy) Wasilewski nasceu em Zebry, Polônia, no dia 22 de novembro de 1937. Filho de Aleksander Wasilewski e Leokadia Wasilewski, ingressou em 03 de agosto de 1953 na Ordem dos Pregadores (Frades Dominicanos), cursando os estudos filosóficos em Varsóvia e teológicos em Cracóvia. Foi aluno de São João Paulo II – que na época era bispo auxiliar da Arquidiocese de Cracóvia – e foi ordenado diácono em 16 de maio de 1963 e presbítero em 11 de junho de 1964 em Cracóvia. Por determinação dos superiores da Ordem, veio para o Brasil e chegou aqui em 20 de janeiro de 1967.
Padre Jorge saiu da Polônia com uma temperatura de -20⁰C e desembarcou no Rio de Janeiro e a temperatura era de 40⁰C. E todos se lembram dele dizendo: "Quase morri, dormia em uma banheira de água gelada". Aprendeu a língua portuguesa em Petrópolis/RJ, trabalhou na Arquidiocese de Belo Horizonte/MG e na Prelazia de Marabá/PA, onde exerceu seu apostolado junto aos indígenas e ficou conhecido como Frei Ivo pelos índios na Aldeia de Xikrin.
Chegou à Diocese de Santo André em 1972, onde foi pároco em diversas paróquias da região. Uma de suas histórias é que na Vila Jordanópolis, São Bernardo do Campo/SP, pretendia erguer uma igreja no formato de um fusca para lembrar a indústria automobilística, mas foi construída uma capela em formato mais simples.
No ano de 2000 veio para a Paróquia de Santa Teresinha e até a data de sua morte muitas são as histórias, do nosso querido Padre Construtor, chamado assim por sua busca incessante de manter esta Paróquia sempre bem arrumada.
Jorge Wasilewski
* 22 de novembro de 1937
+ 21 de agosto de 2014
Fontes de pesquisa:
- Diário do Grande ABC - 20 de janeiro de 2012 - Ademir Medici - Os 45 anos deste padre polonês no Brasil
- Diocese de Santo André - 22 de agosto de 2014