Quinta-feira Santa marca início do Tríduo Pascal
Na última quinta-feira, 24 de março, nossa comunidade se reuniu para a celebração da Santa Ceia do Senhor e do Lava-Pés. Com o fim da Quaresma, iniciamos a Semana Santa e o Tríduo Pascal, o ápice de nossa fé cristã. Na missa de Quinta-feira Santa celebramos a última ceia, pela qual Jesus instituiu o Sacramento da Eucaristia, e fomos convidados a reviver o Lava-Pés, uma lição de serviço e de amor...
Após o canto de entrada, três crianças entraram em cortejo trazendo os Óleos dos Catecúmenos, da Crisma e dos Enfermos, que foram abençoados na Missa dos Santos Óleos, realizada na Catedral do Carmo e presidida por D. Pedro Carlos Cipollini, bispo diocesano, nesta mesma manhã.
Depois de quarenta dias sem cantar o Hino de Louvor, os fiéis puderam cantá-lo com imensa alegria! A principal mensagem que Padre Tiago nos deixou em sua homilia foi que “Ser discípulo de Cristo é caminhar nas mesmas pegadas do Senhor, ser discípulo de Cristo é procurar seguir as mesmas atitudes do nosso Salvador. Portanto, é necessário lavar os pés uns dos outros, é necessário primeiro perdoar antes de julgar, é necessário nos inclinar e lavar os pés mesmo daqueles que vão nos trair, porque ao final do Evangelho da justiça nós seremos mais que vencedores. Mas para chegarmos a esta salvação é necessária esta passagem, é necessário colocar as sandálias nos pés, cingirmos nossos rins, prepararmos o nosso coração para a passagem do Senhor. Comungar do Seu Corpo e do Seu Sangue não simplesmente como uma memória, mas celebrarmos a última ceia intensamente com o Senhor”.
Rito do Lava-Pés
Após a homilia, Padre Tiago retirou a casula e, cingindo-se do Gremial (espécie de avental branco), aproximou-se dos 12 fiéis que encontravam-se no altar, simbolizando os 12 apóstolos de Cristo. Um a um, derramou água em seu pé direito, enxugou-o e beijou-o. Após o último fiel, nosso pároco desceu do altar e repetiu este mesmo ritual com alguns paroquianos que estavam nos bancos, um momento de muita simplicidade e exemplo de nosso pastor, que colocou aos nossos olhos a prática do Santo Evangelho desta noite: “Compreendeis o que acabo de fazer? Vós me chamais de Mestre e Senhor e dizeis bem, pois eu o sou. Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz” (ref. Jo 13, 12b - 15).
Ao terminar a celebração, Padre Tiago incensou o Santíssimo Sacramento e, em procissão formada pelos coroinhas, pré-cerimoniários, cerimoniários e ministros, seguiram pelos corredores da igreja para a Transladação do Santíssimo Sacramento ao altar da reposição. Nesta noite, cerca de 30 fiéis se colocaram em vigília eucarística, que começou às 23h com término às 7h da manhã de sexta-feira, quando teve início os momentos de Hora Santa até às 14h.
Instituição da Eucaristia e do Sacerdócio
Na Quinta-feira Santa relembramos a ocasião em que Jesus reúne-se com seus apóstolos para terem a última ceia juntos, momentos antes de iniciar sua saga até a condenação e posterior via dolorosa. Já padecendo de tristeza por saber que um de seus amigos haveria de traí-lo, Jesus reparte o pão e o vinho e os divide entre os seus.
Ao repartir o pão, Ele diz: "Tomai todos e comei: isto é o Meu corpo, que será entregue por vós". Ao abençoar o vinho, Ele fala: "Tomai todos e bebei: este é o cálice do Meu sangue, que será derramado por vós e por todos, para a remissão dos pecados. Fazei isto em memória de mim". Dizendo isto, ele institui dois fatos fundamentais em nossa fé: a Eucaristia e o Sacerdócio.
A Eucaristia é um dos Sacramentos de todo cristão católico apostólico romano e, na verdade, pode ser entendida como um grande presente do Deus Filho: Sua presença em todas as missas, nas quais podemos ter real contato com o Corpo e, em determinadas celebrações, também com o Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Através da Consagração que acontece em todas as missas, durante a oração eucarística - na qual o padre eleva a hóstia e o cálice de vinho proferindo as palavras de Jesus na última ceia -, ocorre o fenômeno da transubstanciação: não são mais pão e vinho, mas sim há a transformação em Corpo e Sangue. E temos a honra de, mesmo sendo tão pequenos e imperfeitos, estarmos em contato direto com o Deus que se entrega por nós na Comunhão. Pela Eucaristia, o Povo de Deus a caminho é alimentado e fortalecido com o Pão do Céu.
Ao ter dito "fazei isto em memória de mim", Jesus ordena aos apóstolos a continuidade da Eucaristia. Ou seja, Ele pede para que nós, hoje e no decorrer da história, continuemos a realizar este momento de partilha de seu Corpo e Sangue. Com isso, surge a importante figura do Sacerdote: aquele que ouve no coração o chamado de Deus, em forma de vocação, e deixa a sua família para ganhar uma nova: toda uma comunidade, uma parcela do povo de Deus. Exerce o sacerdócio aquele que é ordenado para pregar a Palavra de Deus, para o bem do seu povo, estudando e se formando para tal. O sacerdote entrega a vida a Deus como um sacrifício de louvor e é a imagem do Cristo Vivo no meio da comunidade, dando o exemplo, orientação aos fiéis e prosseguimento ao plano de Amor que Jesus iniciou aqui na Terra. Através das mãos do Sacerdote, no momento da Consagração, que Deus promove o milagre da transubstanciação e se faz presente, doando-se e permitindo ser tocado e ingerido por nós na Comunhão.
Sejamos muito gratos a este milagre de Amor, que sustenta e revigora nossa fé!
Fontes: Canção Nova e Capela Santo Isidoro