Sábado Santo | Vigília Pascal: ó, noite de alegria verdadeira!
Após a Ceia do Senhor e a Paixão de Jesus Cristo, finalizamos o Tríduo Pascal no dia 15 de abril, a partir das 19h, com a Vigília Pascal e a Bênção do Fogo e da Água. O que celebramos no Sábado Santo é um resumo de nossa fé, uma celebração repleta de simbologias e significados, que nos lembra de todas as maravilhas realizadas por Deus ao longo da história e culmina na ressurreição de nosso Salvador.
A vigília começou do lado de fora da igreja, com o povo reunido ao redor de uma fogueira, cujo fogo foi abençoado na chamada "Bênção do Fogo Novo". Com este fogo, foi aceso o Círio Pascal, que representa a luz de Cristo e irá nos iluminar durante todo o ano litúrgico. Então, os fiéis entraram na paróquia, que se encontrava com todas as luzes apagadas, e acompanharam a procissão do Círio, repetindo por três vezes: "Eis a luz de Cristo! Demos graças a Deus!". O Círio Pascal era a única fonte de luz presente na igreja, tornando-se o centro da celebração e da atenção dos presentes. De fato, Cristo Ressuscitado quer ser a luz que dissipa as trevas da nossa vida, Aquele que conduz os nossos passos mesmo na escuridão.
Após a procissão, conforme o fogo do Círio era repassado para as velas de cada um dos fiéis, a luz de Jesus se disseminava pelos corações e toda a igreja se iluminou na alegria do Ressuscitado! Então, a Páscoa do Senhor foi proclamada com o canto do Exulte, entoado pelo Padre Tiago, acompanhado por toda a comunidade que cantava lindamente, a uma só voz, o refrão: "Ó, noite de alegria verdadeira! Que reúne, novamente, o céu e a terra inteira".
Nas primeiras leituras da Liturgia da Palavra, as velas foram apagadas e o Círio voltou a ser o centro da celebração eucarística. Assim, recordamos a criação do mundo, no Livro do Gênesis; o Êxodo, com a libertação dos filhos de Israel do Egito; e a necessidade de buscarmos a Deus, descrita pelo profeta Isaías. Após cada leitura, foram cantados salmos exaltando o Senhor e todos os seus feitos.
Em seguida, foi realizada uma breve apresentação, na qual o fogo e a água foram unidos para anunciar que o Cristo ressuscitou! Neste momento, as luzes foram acesas e, finalmente, depois de ter ficado ausente das celebrações durante todo o período da Quaresma – aparecendo rapidamente na Quinta-feira Santa mas logo ausentando-se novamente –, pudemos cantar o Hino de Louvor! Este foi um momento de grande alegria, pois a ressurreição torna-se realidade com o canto do Glória, com os sinos e com a transformação da paróquia que, até então, encontrava-se com as imagens cobertas e sem adornos no presbitério. Durante o cântico, a igreja foi enfeitada com flores e os panos foram retirados, expondo todas as imagens e fazendo transbordar vida e alegria no coração dos presentes.
Esta é uma noite de transformação não só na igreja, mas também em cada um dos cristãos que, com Cristo, desejam ressuscitar para uma vida nova. Essa é a ideia central da Carta de São Paulo aos Romanos, que foi lida a seguir, pregando que devemos morrer com Cristo, tornando-nos livres do pecado para que possamos viver para Deus. Por fim, o Evangelho narrou a visita das mulheres ao túmulo de Jesus, quando o anjo anunciou que o sepulcro estava vazio, pois Jesus Cristo ressuscitou dos mortos!
Na homília, fomos lembrados que a nossa Igreja celebra um Deus vivo. A certeza de que a vida venceu a morte é a grande chave da nossa fé, a esperança que alegra o coração dos cristãos e a confiança de que, a Jesus, nada é impossível. Por isso, devemos também nós abraçar a ressurreição para alcançarmos uma vida nova em Cristo. Este é o principal ponto desta celebração: com o fogo que purifica e a água que lava os nossos pecados, renovamos a pureza de nossos corações para "viver como Ele viveu, amando, perdoando, pregando a justiça, indo ao encontro dos pobres, dos necessitados e transformando o coração das pessoas".
Antes da Renovação das Promessas do Batismo, a Liturgia Batismal trouxe a Ladainha dos Santos, que foi cantada, e a Bênção da Água Batismal. Esta noite foi escolhida por uma das famílias de nossa comunidade para batizar um lindo menino, o Arthur. Mais uma vez, as luzes se apagaram e as velas foram acesas para que todos renunciassem publicamente o pecado e professassem a fé na Santíssima Trindade. Para concluir esse momento, toda a assembleia foi aspergida com a água benta.
Renovado e livre do pecado, o povo foi convidado a fazer memória da última Ceia na Liturgia Eucarística, momento de comunhão no qual unimos a nossa história a Deus. A celebração do Sábado Santo se encerra com a Bênção Pascal, seguida de gritos de "Aleluia!" e abraços de Feliz Páscoa!
Apesar de ser uma missa mais longa, que envolve um grande número de leituras e rituais, a igreja estava repleta de fiéis que cantaram a noite toda e saíram da celebração com o coração cheio de alegria na certeza da Ressurreição. Jesus venceu a morte e transformou as trevas em luz, e também nós, após essa longa jornada quaresmal, vencemos o pecado e ressurgimos para uma vida nova. Tantos motivos para celebrar tornaram esta uma noite de verdadeira alegria em nossa paróquia!